sexta-feira, 4 de abril de 2014

Chuva.


De todas as formas que posso acordar, acordar com chuva é a melhor delas. É como se eu pudesse sentir toda energia da água tocando a terra, e isso me faz feliz. Despertando tudo o que estava inerte. Alguém aí me entende?

Enxergo uma beleza triste nas coisas durante estes dias. A chuva me inspira. Sou feliz quando chove, sem necessidade de nada. De nenhuma notícia. De nenhuma promessa. 

Pego minha xícara de café, sento em frente ao computador e coloco Johnny Cash para tocar. 
♪ There ain't no grave can hold my body down
   There ain't no grave can hold my body down 
E ele me entende.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Instante.


"As mulheres pareciam não querer aquilo que elas mais desejavam... tudo lembra a cada instante as doçuras do amor, tudo incita ao abandono."



(In: LaPlantine, Francois)

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Tempos difíceis.

Deitou a cabeça no travesseiro como em qualquer noite. Fechou os olhos a fim de cair na imensa e confortável escuridão... mas ali estava ele. De frente pra ela, sorrindo, conversando, apaixonado como sempre havia sido. Pegou o rosto dele como sempre fazia e sorria, beijava, apreciava.

Que pesadelo mais doido este que tive, pensou, se sentindo uma tola. Quase acreditei que ele não estaria mais comigo! Como se fosse possível, como se pudesse ser real. Sentiu de novo aquela sensação de plenitude e viu que tudo continuava no seu lugar, como sempre havia sido e sempre havia de ser.

Abriu os olhos e a única coisa que estava em seu lugar eram os móveis do seu quarto, em meio a escuridão. Se mexeu na cama ainda com a ilusão do sonho esmagando seu coração. Pegou o celular e viu a hora, era madrugada ainda. E, voltando a deitar sua cabeça cansada no travesseiro, disse para si mesma:

- São tempos difíceis para os sonhadores.